sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O primeiro adeus.

        Lembro exatamente do vento úmido ainda da madrugada quando levantei da cama depois de uma noite mal-dormida. É, chegara a hora do primeiro adeus. A cabeça fervilhava e pensava em colocar a roupa mais bonita, o melhor perfume e em falar a coisa certa. Ainda não tinha me adaptado a ideia de passar um período tão longo longe do meu amor. Na verdade, ainda não tinha acreditado que O dia havia chegado e que aquelas seriam as últimas horas antes da tal viajem. Me senti um pouco insegura. Mas dentro de mim, eu trago uma certeza inegualável de que tudo isso está acontecendo para provar a intensidade do nosso amor.
          Lembro do sargento anunciando a hora da despedida. Até à... daqui a 11 meses se tudo der certo. Então o abraço, o beijo, e as mão se soltando querendo não separar. Foi tudo tão rápido... talvez porque longas despedidas sejam motivos para desistir... Senti como se estivessem arrancando um pedaço de mim quando o ônibus passou ao meu lado levando tudo o que tenho de mais precioso.
          Mas talvez as coisas sejam mesmo assim. Despedidas para que haja reencontro, tristeza para que haja felicidade e saudades para haver emoção. Agora, entrego tudo a Deus: as lágrimas que Ele sabe que não são em vão, a espera que se faz necessária, a preocupação, e o meu amor que precisa manter-se intacto apesar da distância. O nosso futuro está nas mãos do Pai, e nada acontece senão por vontade Dele. 
          Agora mais que nunca, a crença deve ser inabalável; pois sei que meu amor, meu desejo e minhas orações serão levados pelo vento até chegar a você.

Um comentário:

  1. Lindo esse texto! Lembrei da minha época de espera! Ah! Já estou seguindo!

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